De Augusto Coelho a Simão Filho: os ciclos de modernização administrativa em Petrolina
- Marcelo Damasceno
- 13 de jul.
- 2 min de leitura

Médico e prefeito entre 1983 e 1988, Augusto Coelho estabeleceu bases urbanas, sanitárias e educacionais que influenciam os governos seguintes até os dias atuais
Quando o médico Augusto Coelho foi eleito prefeito de Petrolina para o mandato de 1983 a 1988, iniciou-se um ciclo de transformações que moldaria o perfil urbano, social e administrativo do município sertanejo por décadas. Com uma gestão marcada pela racionalidade na aplicação dos recursos públicos e pela sensibilidade diante do crescimento migratório e urbano, Augusto firmou um modelo de governança que ecoa até hoje.
A cidade à época enfrentava uma escalada populacional, fruto da migração de famílias em busca de melhores condições de vida às margens do Rio São Francisco. O desafio exigia uma reorganização urbana consistente, pautada em um plano diretor que até hoje orienta a distribuição de loteamentos e a verticalização habitacional.
Augusto Coelho tornou-se referência por priorizar pilares essenciais como saúde pública, mobilidade urbana e vigilância sanitária. Sua administração foi marcada pelo rigor técnico e por princípios inegociáveis no trato com a coisa pública. Durante seu governo, o avanço no saneamento básico projetou Petrolina nacionalmente, ao mesmo tempo em que idealizava espaços como o Parque Josepha Coelho — um marco paisagístico concebido sob a inspiração do mestre Roberto Burle Marx.
A cidade deu seus primeiros passos rumo a uma urbanidade diferenciada, de qualidade de vida, respeitando sua identidade caatingueira e o potencial do Velho Chico. Uma cidade de sertão, mas de espírito cosmopolita, que unia natureza, estrutura e ousadia administrativa.
Um legado que atravessa gerações
O modelo de gestão iniciado por Augusto Coelho foi matriz para os governos que o sucederam. Guilherme Coelho, Fernando Bezerra Coelho, Odacy Amorim, Júlio Lóssio, Miguel Coelho e agora Simão Filho, de diferentes matizes partidárias, beberam dessa fonte originária. Todos encontraram no modelo austero e pragmático de Augusto uma base segura para inovar, expandir e desenvolver políticas públicas sintonizadas com as exigências crescentes de uma cidade que hoje abriga quase meio milhão de habitantes.
Petrolina, nos dias atuais, é destaque internacional em agricultura irrigada, ciência e tecnologia, mobilidade urbana, sustentabilidade e gestão pública. Mas essa espiral de sucesso começou com a gênese administrativa do médico-prefeito Augusto Coelho, cuja trajetória continua sendo inspiração dentro e fora do Palácio dos Guararapes.
O atual prefeito Simão Filho colhe os dividendos de um ciclo de governança iniciado há mais de quatro décadas. O desafio agora é continuar ousando, em sintonia com uma cidade que se tornou vitrine para o mundo.
Marcelo Damasceno
Petrolina PE
Comments