Assessor de entidade investigada por fraude bilionária no INSS movimenta dinheiro com sócio de ex-ministro de Bolsonaro
- Marcelo Damasceno
- 2 de mai.
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A Conafer, presidida por Carlos Roberto Lopes, é alvo de apuração por supostos descontos indevidos em benefícios de aposentados, indígenas e camponeses.
Investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelam que Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor do pecuarista Carlos Roberto Ferreira Lopes, realizou transações financeiras suspeitas com José Laudenor, um auxiliar administrativo com renda mensal de R$ 1,5 mil. O caso foi revelado com exclusividade pelo Portal Metrópoles.
O que chama atenção é que Laudenor aparece como sócio de José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência e ex-presidente do INSS, ambos cargos ocupados durante a gestão de Jair Bolsonaro. Atualmente, Oliveira mudou oficialmente seu nome para Ahmed Mohamad Oliveira Andrade.
Cícero Marcelino, apontado como possível operador financeiro da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), entidade presidida por Carlos Roberto Lopes, está no centro de um suposto esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios previdenciários de aposentados, camponeses e povos indígenas.
Segundo estimativas da CGU, a Conafer teria arrecadado cerca de R$ 688 milhões desde 2019, por meio de descontos automáticos nos contracheques dos beneficiários — muitas vezes sem o conhecimento prévio das vítimas.
As investigações também revelam que Laudenor e José Carlos Oliveira são sócios em duas empresas: a Fayard Organizações e Serviços Empresariais e a Yamada e Hatheyer Serviços Administrativos LTDA. Nesta última, figuravam ainda a filha de Oliveira e Edson Akio Yamada, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS.
O presidente da Conafer, Carlos Roberto Lopes, além de sua atuação no setor agropecuário, é proprietário de uma loja de artesanato indígena localizada no Aeroporto Internacional de Brasília. A diversidade de suas atividades e os laços entre sua equipe e ex-integrantes do alto escalão do INSS reforçam as suspeitas da PF sobre uma possível estrutura paralela montada para desviar recursos públicos sob aparência de legalidade.
Por Marcelo Damasceno






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