Codevasf aciona Justiça contra ex-superintendente após acusações sobre operação da PF
- Marcelo Damasceno
- 23 de mai.
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Por Marcelo Damasceno – Juazeiro (BA)
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) ingressou com uma ação judicial no Distrito Federal solicitando que o ex-superintendente Miled Cussa Filho seja formalmente intimado a prestar esclarecimentos sobre acusações feitas à imprensa envolvendo a cúpula da estatal.
Cussa Filho, que até recentemente comandava a superintendência da Codevasf em Juazeiro (BA), afirmou à jornalista Natália Portinari que sofreu pressão e assédio do atual presidente da companhia, Marcelo Moreira, após colaborar com a Polícia Federal no âmbito da Operação Overclean — que investiga suspeitas de irregularidades em convênios firmados pela estatal.
Em resposta, a Codevasf apresentou uma interpelação judicial, instrumento por meio do qual exige que o ex-superintendente confirme, esclareça ou se retrate publicamente das declarações feitas. Segundo a estatal, as acusações configuram um "grave ataque à honra objetiva" tanto da instituição quanto de seus dirigentes, e carecem de qualquer comprovação.
"As manifestações do ex-superintendente vêm atingindo a imagem institucional da Codevasf, criando instabilidade, desconfiança e desgaste", afirma a petição apresentada pela empresa.
A direção da Codevasf nega que a exoneração de Cussa Filho tenha qualquer relação com sua colaboração com órgãos de controle como a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF). De acordo com a versão oficial, a demissão teria sido motivada por sua participação, sem o conhecimento da direção, em uma reunião com representantes de uma empresa privada para tratar de um convênio entre a estatal e a prefeitura de Campo Formoso (BA).
Já o ex-dirigente sustenta que sua saída foi motivada por um ofício enviado por ele à referida prefeitura, no qual cobrava explicações sobre possíveis irregularidades em convênios públicos, atitude que, segundo ele, teria desagradado a alta gestão da Codevasf.
A estatal reforça que poderá responsabilizar judicialmente Cussa Filho tanto na esfera cível quanto penal, dependendo da resposta — ou ausência dela — à interpelação movida.
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