Congresso ameaça derrubar decreto que eleva IOF e pressiona governo por alternativa
- Marcelo Damasceno
- 31 de mai.
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O clima entre o Executivo e o Legislativo se acirrou nos últimos dias após a publicação de um decreto presidencial que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida — que incide sobre operações como compra de moeda estrangeira, transferências internacionais, previdência privada e obtenção de crédito — tem enfrentado forte resistência tanto no Congresso Nacional quanto entre representantes do setor privado.
Líderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal vêm articulando, nos bastidores, a revogação do decreto. Para eles, o aumento da carga tributária neste momento compromete o ambiente de negócios e inibe o crescimento econômico, especialmente em um cenário de recuperação lenta.
Em resposta ao descontentamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. No encontro, os parlamentares foram categóricos ao afirmar que o Congresso não aprovará qualquer proposta que resulte em mais impostos para a população e para o empresariado.
Haddad, no entanto, defendeu a medida. Segundo ele, os recursos provenientes do reajuste no IOF são indispensáveis para manter o funcionamento da máquina pública. Estima-se que a arrecadação adicional possa alcançar bilhões de reais, valor considerado estratégico para o equilíbrio fiscal.
Mesmo com as justificativas, o Congresso deu um prazo de dez dias para que o governo apresente uma proposta alternativa. A condição: nenhuma medida pode significar aumento da carga tributária. A contagem já começou, e o Planalto precisa se movimentar com agilidade para evitar uma derrota política.
A pressão extrapola os corredores de Brasília. Entidades do setor produtivo e associações empresariais também têm se manifestado contrariamente ao aumento do IOF, alertando para os impactos negativos sobre investimentos, crédito e competitividade internacional.
O impasse lança dúvidas sobre a capacidade do governo de articular sua agenda econômica sem romper com o Congresso. O resultado dessas negociações deve influenciar diretamente o rumo da política fiscal brasileira nos próximos meses — e pode até redefinir a dinâmica entre os poderes.
Fonte: Jovem Pan






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