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Feriado de Tiradentes: a trajetória do mártir que virou herói nacional e símbolo da República

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • 21 de abr.
  • 3 min de leitura

Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, foi enforcado em 21 de abril de 1792. Hoje é símbolo da liberdade e patrono da nação brasileira.
Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, foi enforcado em 21 de abril de 1792. Hoje é símbolo da liberdade e patrono da nação brasileira.

Neste 21 de abril, o Brasil celebra o feriado de Tiradentes, uma data de memória e reverência à figura de Joaquim José da Silva Xavier, o dentista que se transformou no rosto da Inconfidência Mineira e símbolo da luta pela independência do país.


Sua morte, ocorrida em 1792, por enforcamento em praça pública no Rio de Janeiro, foi o desfecho de uma vida marcada por convicções libertárias, origens modestas e uma enorme inquietação com os abusos da Coroa Portuguesa. Ainda assim, seu reconhecimento como herói nacional só viria quase um século depois, com a ascensão dos ideais republicanos no Brasil.


De órfão a inconfidente


Nascido em 1746, em uma fazenda no atual município de Ritápolis (MG), Tiradentes teve uma infância relativamente confortável até ficar órfão aos 11 anos. Sem herança nem estudo formal, trabalhou como mascate, minerador e farmacêutico até aprender com o tio o ofício que lhe renderia o apelido: dentista. Era conhecido por extrair dentes e fabricar próteses com materiais como marfim e osso de boi.


Aos poucos, destacou-se também como técnico em mineração, prestando serviços ao governo português. Depois, tornou-se militar, patrulhando o estratégico Caminho Novo, rota do ouro entre Minas e o porto do Rio de Janeiro.


Mas a falta de reconhecimento na carreira e a crescente insatisfação com os pesados tributos cobrados pela Coroa — como o "quinto" e a temida "derrama" — o aproximaram dos ideais iluministas e da luta por independência.


A conspiração e a condenação


Inspirados pela independência dos EUA e pelas ideias libertárias da Europa, intelectuais e militares mineiros começaram a organizar um plano de insurreição contra Portugal, no fim da década de 1780. Tiradentes, de origem mais modesta que seus companheiros, destacou-se por sua paixão política e capacidade de articulação.


A conspiração, no entanto, foi denunciada antes de acontecer, em 1789, e os principais envolvidos foram presos. Tiradentes estava no Rio de Janeiro quando foi capturado em 10 de maio. Permaneceu preso por quase três anos na Ilha das Cobras e, mesmo diante da possibilidade de clemência, assumiu sozinho a responsabilidade pela conspiração.


Dos condenados à morte, foi o único cuja pena não foi comutada. Em 21 de abril de 1792, foi enforcado e esquartejado. Partes do seu corpo foram espalhadas pelo caminho entre o Rio e Minas, como forma de intimidação. Sua cabeça foi exibida em Ouro Preto, onde desapareceu misteriosamente dias depois.


De traidor a herói da pátria


Durante o período imperial, Tiradentes foi mantido como figura marginal da história. Mas, a partir da década de 1870, com o fortalecimento do movimento republicano, passou a ser resgatado como símbolo da resistência popular.


Em 1890, Marechal Deodoro da Fonseca oficializou o feriado nacional em 21 de abril, dois meses após a Proclamação da República. Em 1946, foi declarado patrono das polícias, e, no regime militar, em 1965, tornou-se patrono da nação brasileira. Em 1989, foi reconhecido oficialmente como herói da pátria.


Hoje, Tiradentes representa a força da insurreição contra a injustiça, o ideal de liberdade e a coragem de quem enfrentou o poder absoluto com ideias e convicções.



Marcelo Damasceno

Petrolina – PE


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