Governo Raquel Lyra: Uma Análise da Derrota nas Comissões da Assembleia Legislativa
- Marcelo Damasceno
- 15 de fev.
- 3 min de leitura

Neste sábado (15), o Governo de Raquel Lyra sofreu uma nova derrota, não conseguindo emplacar as principais comissões na Assembleia Legislativa. Contudo, é importante destacar que esta não é uma falha de articulação por parte da governadora, mas uma opção estratégica dela ainda antes de assumir em 2023.
O Contexto da Derrota
A derrota foi notória com a indicação de Antônio Coelho (UB) para presidir a Comissão de Finanças, Alberto Feitosa (PL) para presidir a CCJ, e Waldemar Borges (PSB) para presidir a Comissão de Administração Pública. Com essas escolhas, o Governo Raquel perdeu a oportunidade de colocar nas comissões figuras mais alinhadas ao seu projeto político. No entanto, essa escolha estratégica de Raquel foi um reflexo da sua decisão de não ceder à pressão política interna, o que, a princípio, foi visto como uma forma de manter autonomia e independência no governo.
A Escolha Estratégica de Raquel Lyra
Desde o início de seu governo, a governadora Raquel Lyra resistiu às pressões para que adotasse uma gestão mais voltada à classe política. Apesar das constantes demandas por cargos e visibilidade de nomes como Miguel Coelho (União Brasil) e Anderson Ferreira (PL), ela manteve sua linha de governar com foco em sua autonomia política. Raquel preferiu não se dobrar aos interesses do grupo dos Coelhos, que almejavam cargos que pudessem garantir a visibilidade de Miguel Coelho para as eleições de 2026, e tampouco ceder aos pleitos do PL, partido de Anderson Ferreira, que também se posicionava de forma estratégica no cenário político estadual.
Impacto na Assembleia e a Dinâmica Política
Essa postura de autonomia política foi interpretada de forma negativa por algumas lideranças da Assembleia, como o caso de Waldemar Borges, um deputado socialista, cujos poucos protagonismos políticos na Casa ficaram evidentes quando assumiu uma das comissões mais importantes. Para muitos, o cenário que se desenhou foi o de uma política fragmentada, onde as decisões internas da Assembleia não apenas desafiaram a governadora, mas também deixaram marcas de uma política de egos.
Reflexão sobre a Governabilidade
A derrota nas comissões não deve ser vista apenas como uma vitória dos opositores ou de líderes como Rodrigo Farias (PSB), mas como o reflexo de uma escolha feita pela própria governadora, que optou por manter um governo independente e menos suscetível à pressão política. Raquel paga o preço de uma gestão mais rígida, que se distancia daquelas adotadas por seus antecessores, como o ex-governador Paulo Câmara (PSB), que, embora tenha enfrentado altos índices de rejeição, nunca sofreu uma derrota semelhante na Assembleia Legislativa.
Conclusão: Uma Visão para 2026
O impacto das escolhas nas comissões parlamentares parece ter sido calculado em função do futuro político de Raquel Lyra, mirando mais as eleições de 2026 do que o cenário político atual. A governadora parece estar construindo sua estratégia política não para agradar à classe política imediata, mas para se posicionar de forma mais sólida em relação ao cenário político estadual no futuro. Porém, os desafios da política pernambucana estão longe de ser resolvidos, e o caminho para a governabilidade de Raquel Lyra nos próximos anos pode se mostrar um verdadeiro campo de batalha política.
Este momento reflete uma política de potenciais confrontos que marcarão, sem dúvida, o horizonte político de Pernambuco.
Fonte: Blog do Silvinho






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