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Jornal O Pharol: 110 anos de uma luz que iluminou o sertão

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • 7 de set.
  • 2 min de leitura
Acervo histórico de O Pharol, jornal fundado em 1915 em Petrolina, que por mais de sete décadas foi a voz e a memória do sertão.
Acervo histórico de O Pharol, jornal fundado em 1915 em Petrolina, que por mais de sete décadas foi a voz e a memória do sertão.


Neste 7 de Setembro, além da Independência do Brasil, o Vale do São Francisco celebra também os 110 anos da fundação do jornal O Pharol. Criado em Petrolina, em 1915, quando a cidade tinha pouco mais de 11 mil habitantes e apenas 22 anos de emancipação política, o periódico acompanhou o crescimento da região e tornou-se o mais longevo jornal do interior de Pernambuco. Durante 73 anos, foi testemunha atenta das lutas, conquistas e esperanças da vida sertaneja.


Origens de um sonho


Tudo começou em 1914, quando João Ferreira Gomes, o popular Joãozinho, então com apenas 13 anos, lançou o Correio Infantil, jornal manuscrito que teve sete edições. A paixão pelas letras logo floresceu e, no ano seguinte, nascia O Pharol, inicialmente escrito à mão e depois impresso em Juazeiro (BA).O jornal percorria caminhos improváveis: seguia de trem, avião, ônibus e até barca pelo Rio São Francisco, um feito notável para a época.


Em 1916, com o apoio do irmão José Mariano, Joãozinho instalou uma gráfica em Petrolina, onde o jornal passou a ser produzido integralmente. Entre máquinas, tipos de letras e uma determinação inabalável, ele deu vida a uma publicação que muitos duvidavam que resistiria. No entanto, O Pharol atravessou mais de sete décadas, sempre “vivo e bulindo”, como registrou o jornalista Waldimir Maia Leite sobre a “imprensa matuta”.


Joãozinho do Pharol: a alma por trás das páginas


Ao longo dos anos, Joãozinho e o jornal se tornaram inseparáveis. Conhecido em todo o sertão como “Joãozinho do Farol”, ele acumulava funções: dono, editor, repórter, revisor e até entregador. Mais que informar, carregava o compromisso de preservar a memória e a identidade do povo sertanejo.


O Pharol era um retrato da comunidade: publicava casamentos, aniversários, poesias, debates políticos, notícias locais e do mundo. Sua chegada era motivo de reunião familiar, quando muitos liam em voz alta as matérias — para alguns, foi até a porta de entrada para a alfabetização.


Um espelho da história


Ao longo de sua trajetória, o jornal registrou grandes momentos: guerras, revoluções, enchentes, secas, o cotidiano do comércio, a vida política e até os feitos de Lampião. Não era apenas notícia: era história preservada em preto e branco.


Um legado eterno


O encerramento de O Pharol deixou um vazio profundo em Petrolina e no Vale do São Francisco. Mais do que o fim de um semanário, significou a perda de um elo vivo com a memória da região. Outros periódicos surgiram depois — O Sertão (Luciano Pinto), Gazzeta (Eudes Celestino), O Tempo (Ubirajara Figueiredo) e Folha Verde — mas nenhum alcançou a mesma longevidade e importância.


Hoje, graças ao acervo digital, a história permanece acessível. O legado de Joãozinho do Farol segue iluminando gerações, como um farol que jamais se apaga na memória dos sertanejos.



Por Marcelo Damasceno




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