Lula reafirma soberania brasileira em meio ao tarifaço de Trump e descarta alinhamento a uma “nova Guerra Fria”
- Marcelo Damasceno
- 30 de jul.
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A dois dias da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ao jornal norte-americano The New York Times que o Brasil negociará como um país soberano e não aceitará se envolver em uma “Guerra Fria” contra a China.
Durante a entrevista, concedida ao jornalista Jack Nicas, Lula destacou que, apesar das preocupações com os impactos econômicos, políticos e tecnológicos das tarifas anunciadas por Donald Trump, não há temor de que suas críticas abertas ao presidente norte-americano prejudiquem o diálogo entre os dois países.
“O Brasil não negociará como um país pequeno diante de um país grande. Vamos negociar de igual para igual. Nas relações entre Estados, a vontade de nenhum pode prevalecer sobre a do outro. É preciso buscar um meio-termo, sem bravatas inúteis e sem submissão cega”, afirmou Lula.
Tarifas e contexto político
O presidente brasileiro também ponderou que, caso o tarifaço esteja relacionado ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, a consequência será o aumento de preços para consumidores tanto no Brasil quanto nos EUA.
“Se essa for a causa, não faz sentido. O Brasil tem uma Constituição, e o ex-presidente está sendo julgado com pleno direito de defesa”, disse Lula.
Bolsonaro é acusado de tentar reverter o resultado das eleições de 2022 por meio de pressão sobre os comandantes militares. Ele nega as acusações.
Comércio e diplomacia separados da política interna
Lula defendeu que temas comerciais e questões políticas sejam tratados separadamente:
“Se Trump quer ter uma disputa política, vamos tratá-la como política. Se quiser discutir comércio, vamos sentar e negociar comércio. Mas não se pode misturar as duas coisas”, reforçou.
Com a proximidade da implementação das tarifas, o Brasil se prepara para uma rodada de negociações que pode redefinir pontos-chave da relação bilateral com os Estados Unidos, especialmente em meio às tensões globais envolvendo China e EUA.
✍️ Por Marcelo Damasceno – Petrolina (PE)
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