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Nova presidência da CBF escancara racha entre clubes e federações

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • 25 de mai.
  • 3 min de leitura

Samir Xaud é aclamado novo presidente da CBF em eleição marcada por boicote dos principais clubes do país.
Samir Xaud é aclamado novo presidente da CBF em eleição marcada por boicote dos principais clubes do país.

Samir Xaud é eleito com apoio majoritário das federações, enquanto maioria dos clubes boicota eleição por discordância do sistema


Por Marcelo Damasceno – Petrolina (PE)


A eleição de Samir de Araújo Xaud, 41 anos, como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) escancarou um profundo racha entre as federações estaduais e os clubes das Séries A e B do futebol nacional. O pleito, realizado na manhã deste domingo (23), no Rio de Janeiro, apesar de confirmar o favoritismo de Xaud, evidenciou a insatisfação generalizada dos clubes com o atual modelo eleitoral da entidade.


Médico e presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol a partir de 2027, Xaud surgiu como nome de consenso das federações menos de 24 horas após o afastamento judicial de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Sua candidatura ganhou fôlego rapidamente: em menos de dois dias, obteve o apoio de 25 das 27 federações estaduais, além de dez clubes, sendo quatro da Série A — Vasco, Botafogo, Palmeiras e Grêmio.


Modelo eleitoral sob críticas


O estatuto da CBF determina que cada federação estadual tem peso 3 na votação, enquanto clubes da Série A têm peso 2 e clubes da Série B, peso 1. Além disso, para registrar uma candidatura, é necessário o apoio de oito federações e cinco clubes.


Esse sistema foi amplamente criticado por dirigentes dos clubes, que alegam que ele desequilibra o poder de decisão em favor das federações, em detrimento das instituições que, de fato, movimentam o futebol nacional e mobilizam torcedores.


Diante disso, um bloco de 21 clubes das Séries A e B decidiu boicotar a votação. Em nota conjunta, o grupo afirmou que não reconhece legitimidade no processo atual:


“Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”.

Entre os clubes dissidentes da Série A estão: Corinthians, Flamengo, Fluminense, São Paulo, Santos, Internacional, Fortaleza, Juventude, Cruzeiro e Mirassol. Já da Série B assinaram: Athletico-PR, Atlético-GO, América-MG, Chapecoense, Coritiba, Cuiabá, Sport, Operário-PR, Novorizontino, Botafogo-SP e Goiás.


Dirigentes reagem com indignação


Para Marcelo Paz, CEO do Fortaleza e presidente do CNC (Conselho Nacional de Clubes), o sistema eleitoral não representa a realidade do futebol brasileiro:


“Quase 75% dos clubes demonstraram desejo legítimo [de ter um candidato], e esse desejo não pode nem ir ao pleito. O modelo atual foi feito para que a vontade dos clubes não prevaleça”.

Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, foi na mesma linha:

“São os clubes que têm os torcedores. Não existe torcedor de federação. Os clubes exigem protagonismo maior”.

Xaud prega diálogo e modernização


Apesar da resistência enfrentada, a chapa encabeçada por Xaud afirmou, em seu lançamento, que tem como compromisso “a transparência, a inclusão e a modernização da gestão do futebol brasileiro”. Um de seus principais aliados, o presidente da Federação Paraense, Ricardo Gluck Paul, será um dos oito vice-presidentes da nova gestão. Ele defendeu o início de um novo ciclo de diálogo:


“Somos sócios da mesma dor. Esse distanciamento inicial tende a ser superado com mais transparência e firmeza nas conversas”.

Mandato até 2029


O mandato de Samir Xaud à frente da CBF vai de 2025 a 2029. A expectativa agora se volta para os primeiros movimentos do novo presidente frente a uma entidade marcada por disputas internas, escândalos judiciais e crescente descontentamento dos principais protagonistas do futebol: os clubes.



Fonte: Folha de S.Paulo

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