Petrolina para todos!
- Marcelo Damasceno
- 28 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de jan.

São 414 mil e 83 habitantes, o tamanho demográfico agora de Petrolina. O que antes era uma passagem pra Bahia, um povoado acanhado com seu casario da rua de baixo acoplada a rua José Rabelo Padilha com pingos de Atrás da Banca, Caldeirão da Raposa e Vila Mocó agora é metrópole sanfranciscana. Petrolina é frequentada diariamente por mais de 50 cidades representadas por seus moradores.
Politicamente, há no imaginário de alguns equivocados que Petrolina "é propriedade de uma família, de um feudo partidário" o que é hoje um heresia. Pelo seu tamanho econômico e sua pluralidade civilizatória, esta cidade rompeu de vez seus currais hegemônicos. Petrolina não se curva mais a cartórios com registro de "um dono". A cidade desenvolveu agora sua maturidade, sua independência democrática. Consórcios empresariais ou organizações mafiosas não colocarão suas mãos nesse povo jamais. Petrolina alcançou um estágio de cidade acolhedora com seus pólos diversificados, com seus problemas expostos de sociedade desigual. Onde há conforto e riqueza de uma lado, e, vulnerabilidade de pobreza e infortúnios sociais do outro lado.
Ainda que com suas universidades, se destacando a medicina, a agronomia, a engenharia, a pesquisa científica, a tecnologia facilitada, Petrolina registra seus bolsões de miséria vista a olho nu no centro fragilizado da cidade. Uma gênese viciada com dependentes do crack e da cachaça, com a periferia desalmada e desencantada. Petrolina é importante na balança comercial do mundo mas carrega sua fruticultura nos mercados da baiana Juazeiro.
Esta cidade também perde diariamente seu afeto literário e cultural. É desanimador ver Petrolina de costas pra sua história centenária. Seus filhos ignorarem seus antepassados. Petrolina cosmopolita perde sua identidade histórica, seu cerne balizador pro futuro que fecha os olhos pra necessários investimentos da infraestrutura. Petrolina pra não se perder Petrolina de vista. Pois tamanho não é documento, é responsabilidade a nos exigir mais compromisso com a democracia e o pertencimento. Petrolina agora é a oportunidade para todos.
Marcelo Damasceno
Cronista de Petrolina PE






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