Petrolina pode contrair dívida de quase R$ 1 bilhão com novo empréstimo internacional
- Marcelo Damasceno
- 2 de jun.
- 2 min de leitura

Por Marcelo Damasceno | Petrolina (PE)
A Câmara de Vereadores de Petrolina será palco, nesta terça-feira (3), às 9h, de uma sessão decisiva e altamente controversa. Em pauta está a autorização para que o prefeito Simão Durando (UB) contrate um novo empréstimo internacional no valor de US$ 80 milhões — o equivalente a aproximadamente R$ 700 milhões na cotação atual. O valor representa cerca de 40% do orçamento anual do município, estimado em R$ 1,785 bilhão para 2025.
A proposta chega em meio a preocupações crescentes sobre o nível de endividamento público da cidade. Se aprovada, a nova operação elevará o total de financiamentos contratados nos últimos sete anos para R$ 930 milhões, colocando Petrolina na rota de um passivo financeiro que beira R$ 1 bilhão.
Histórico de empréstimos milionários
Nos últimos anos, tanto a gestão atual quanto a anterior vêm apostando em financiamentos de alto valor para execução de obras públicas e programas de infraestrutura. Veja o histórico:
2018: R$ 60 milhões (governo Miguel Coelho)
2021: R$ 70 milhões (governo Miguel Coelho)
2023: R$ 100 milhões (já na gestão de Simão Durando)
2025: R$ 700 milhões (proposta atual)
O novo empréstimo, caso aprovado, significará um salto expressivo na dívida ativa da cidade. E é exatamente esse ponto que está dividindo opiniões entre parlamentares, economistas e a população.
Debate político em ebulição
A expectativa é de forte embate entre vereadores da base e da oposição durante a votação. Enquanto a gestão defende o financiamento como ferramenta essencial para acelerar investimentos estruturais em áreas como mobilidade urbana, saneamento e desenvolvimento econômico, opositores questionam a sustentabilidade da dívida e cobram mais transparência sobre os impactos das operações anteriores.
“Estamos falando de um volume que compromete quase metade do orçamento anual da cidade. É preciso cautela, responsabilidade fiscal e clareza nos resultados dos investimentos já realizados”, disse um vereador da oposição, sob reserva.
Por outro lado, parlamentares alinhados ao Executivo alegam que Petrolina tem capacidade de pagamento e que os projetos previstos com o novo recurso “são estratégicos para o futuro da cidade”.
Riscos e questionamentos
Especialistas ouvidos pelo blog alertam que, apesar do apelo político e da possibilidade de avanço em obras públicas, a escalada da dívida pode comprometer a saúde financeira do município no médio e longo prazo — sobretudo diante de um cenário de juros internacionais elevados.
Além disso, parte da população segue cética quanto aos resultados práticos dos empréstimos anteriores, especialmente em áreas como transporte público e habitação.
A sessão desta terça-feira deve atrair olhares atentos de toda a sociedade petrolinense. O futuro financeiro da cidade está em jogo — e os desdobramentos da decisão podem marcar um novo capítulo na gestão pública local.






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