Rádio e televisão como instrumentos de integração e transformação social em Pernambuco
- Marcelo Damasceno
- 13 de abr.
- 2 min de leitura

O rádio e a televisão têm desempenhado papéis centrais na construção da identidade cultural e na comunicação de massas em Pernambuco. Com mais de um século de história no estado — o rádio com seus 100 anos e a televisão com 70 — esses veículos resistiram ao tempo, adaptaram-se às inovações tecnológicas e seguem sendo ferramentas fundamentais para informar, entreter e conectar populações distantes.
Recentemente, a Associação de Emissoras de Rádio e Televisão de Pernambuco (ASSERPE) elegeu sua nova diretoria para o triênio 2025–2028. O radialista e comunicador Cacá Martins assumiu a presidência. Um dos destaques da nova formação é a presença de Ana Amélia Lemos Coelho, que ocupará a Vice-Presidência Sertão, sendo a única mulher na diretoria eleita.
Ana Amélia, advogada e executiva do Sistema Grande Rio de Comunicação, representa um marco para a interiorização da radiodifusão profissional e tecnológica. Ela se destaca não apenas pela gestão eficiente da Grande Rio FM, sediada em Petrolina, mas também por sua atuação estratégica na modernização dos processos comunicacionais, sintonizados com as exigências do público contemporâneo.
Historicamente, as longas distâncias entre a capital e o interior — as chamadas "léguas tiranas" — foram um obstáculo à expansão da comunicação. O cenário cultural e logístico do Sertão impôs barreiras à interiorização tecnológica. No entanto, o surgimento de emissoras como a Emissora Rural de Petrolina, em 1962, e posteriormente o Sistema Grande Rio de Rádio, fundado em 1981, marcaram um divisor de águas no panorama comunicacional do estado.
Com a revolução digital, o rádio e a televisão tiveram que se reinventar. As redes sociais e as novas plataformas de conteúdo fragmentaram audiências e exigiram adaptação em tempo real. A conectividade entre o Recife metropolitano e os sertões do São Francisco se tornou não só possível, mas essencial. Nesse contexto, a atuação de lideranças como Ana Amélia Lemos é um reflexo do protagonismo feminino e interiorano na mídia contemporânea.
“Essa conectividade automatizada entre o que se faz no Recife e no Sertão é uma conquista inestimável, reflexo dos avanços tecnológicos e da comunicação de ponta praticada desde Petrolina para o Brasil inteiro”, afirma Ana Amélia.
Dividindo sua rotina entre Recife e o interior, Ana Amélia é hoje uma das figuras mais promissoras da radiodifusão regional, com uma visão que une tradição e inovação, regionalismo e tecnologia, sensibilidade e pragmatismo. Sua presença na vice-presidência da ASSERPE é uma vitória simbólica para a comunicação sertaneja e feminina em Pernambuco.
Marcelo Damasceno – PETROLINA PE
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