Situação de rua atinge mais de 335 mil brasileiros: número cresce e revela realidade alarmante
- Marcelo Damasceno
- 19 de abr.
- 2 min de leitura

O Brasil ultrapassou, em março de 2025, a marca de 335 mil pessoas vivendo em situação de rua, segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). O número, divulgado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/UFMG), representa um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024, quando havia 327.925 pessoas registradas nessa condição.
Mais do que uma estatística, o número retrata uma realidade social que se agrava com o tempo. Se comparado a dezembro de 2013, quando foram registradas apenas 22,9 mil pessoas nessa situação, o crescimento é de 14,6 vezes em pouco mais de uma década.
A análise foi feita a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). A pasta destacou que, desde 2023, vem fortalecendo os municípios com capacitações de entrevistadores e operadores do CadÚnico, para melhorar a qualidade e atualização dos dados – um esforço necessário após anos de subnotificação e inconsistência nos registros.
Um retrato da exclusão
Os dados mostram o perfil da população em situação de rua no país:
👶 9.933 crianças e adolescentes (3%)
👨 294.467 adultos entre 18 e 59 anos (88%)
👴 30.751 idosos (9%)
👨🦱 84% são homens
💸 81% sobrevivem com até R$ 109 por mês – apenas 7,18% do salário mínimo atual (R$ 1.518)
A presença de quase 10 mil menores de idade vivendo nas ruas é particularmente alarmante e exige ações urgentes de proteção e acolhimento.
Mais do que números: vidas invisibilizadas
O avanço da pobreza extrema e da exclusão social tem colocado nas ruas homens, mulheres, idosos e até crianças, que enfrentam diariamente a fome, a insegurança e a violência. A rua passou a ser o destino de muitos que perderam emprego, casa e vínculos familiares.
Segundo especialistas, a precariedade do trabalho, o desemprego estrutural, a alta no custo de vida e o déficit habitacional explicam parte dessa tragédia silenciosa. Ainda assim, os dados oficiais não refletem totalmente a realidade: há subnotificação e populações invisíveis, especialmente em grandes centros urbanos, onde a rotatividade e o fluxo migratório dificultam os registros oficiais.
O cenário exige uma mobilização intersetorial de políticas públicas, envolvendo moradia, assistência social, saúde, educação, trabalho e dignidade. Enquanto isso, cresce a urgência de escutar quem vive à margem da sociedade e transformar dados em ações concretas.
Por Marcelo Damasceno – Petrolina (PE)






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