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Bastidores da eleição em Juazeiro: diálogos, articulações e a estratégia que levou Andrei da Caixa à vitória

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura
Bastidores da pré-campanha em Juazeiro: encontros, diálogos e articulações que definiram os rumos da eleição e garantiram a vitória de Andrei da Caixa.
Bastidores da pré-campanha em Juazeiro: encontros, diálogos e articulações que definiram os rumos da eleição e garantiram a vitória de Andrei da Caixa.

Nos bastidores da acirrada disputa pela Prefeitura de Juazeiro, um episódio curioso e simbólico revela a complexidade das articulações políticas que marcaram aquela pré-campanha. Em uma manhã movimentada, Andrei da Caixa entrou em contato para solicitar o espaço de meu escritório, com a intenção de promover um encontro estratégico com Joseph Bandeira, e os deputados Roberto Carlos e Zó (Crisóstomo Lima) — todos, naquele momento, pré-candidatos ao Executivo municipal.


Com o ambiente cuidadosamente preparado — desde o aroma dos incensos trazidos de Lukla, no Nepal, aos pés do Himalaia, até uma seleção refinada de música clássica —, o cenário estava pronto para receber as lideranças. Para marcar a entrada de Joseph, a trilha escolhida foi “Assim Falou Zaratustra”, de Strauss, uma de suas preferidas, cuja composição é inspirada na obra filosófica de Nietzsche, refletindo bem o espírito pensante do ex-prefeito.


Porém, o encontro não aconteceu como o planejado. Uma nova ligação mudou o rumo da conversa: Joseph Bandeira, segundo Andrei, sugeriu alterar o local da reunião para Petrolina. A justificativa foi preservar a neutralidade, já que nosso laço de amizade poderia ser interpretado como um gesto de apoio pessoal. De fato, minha relação de longa data com Joseph e também com Dirley Cunha sempre foi pautada por profundo respeito e admiração.


Contudo, meu alinhamento político estava claramente identificado com o projeto de Andrei da Caixa, cuja trajetória acompanhei desde as conversas informais no autoatendimento da Caixa até sua consolidação como candidato viável e competitivo. A construção desse projeto contou, ao longo do tempo, com importantes diálogos e apoio de nomes como  e Roberto Carlos, que se mostraram mais propensos à composição, o que de fato se confirmou posteriormente.


Joseph, por sua vez, manteve-se mais resistente às articulações. Mesmo tendo seu filho como vice-prefeito na gestão de Suzana Ramos, que buscava a reeleição, ele seguia tentando consolidar uma frente de oposição sob sua liderança, em busca de um histórico terceiro mandato à frente do Executivo juazeirense.


Apesar das divergências momentâneas, eu e Andrei decidimos prestigiar o lançamento da pré-campanha de Joseph Bandeira, mesmo sabendo que ele não havia comparecido aos nossos eventos, nem aos dos demais pré-candidatos. Defendia-se na época a ideia de um “quarteto mágico”, formado pelas quatro principais lideranças locais, que pudesse representar um projeto coletivo para Juazeiro.


No evento, todos fizeram uso da palavra, mas apenas Roberto permaneceu até o encerramento. Andrei precisou sair para outro compromisso, e Zó, que havia vindo de Remanso, retornou para acompanhar a agenda do governador.


Por trás desse gesto de presença no lançamento de Joseph, havia uma estratégia clara: tentar sensibilizar o governador Jerônimo Rodrigues e demais lideranças do grupo político, na expectativa de articular a ida da deputada federal Lídice da Mata — de quem Joseph Bandeira era primeiro suplente — a um cargo no Ministério ou em uma secretaria de peso. Isso abriria espaço para que Joseph assumisse, mais uma vez, uma cadeira no Congresso Nacional, próximo de seu amigo, o presidente Lula.


O evento foi marcado por discursos emocionantes, poesia, música e clima de festa. Mas, politicamente, Joseph acabou não ingressando diretamente no projeto. Ainda assim, a sigla que representava, por meio de suas lideranças, veio somar forças com Andrei da Caixa, que ao fim sagrou-se vencedor daquela eleição histórica em Juazeiro.



Por Marcelo Damasceno

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