China suspende importações de carne de frango do Brasil após caso de gripe aviária em granja comercial
- Marcelo Damasceno
- 31 de mai.
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A China anunciou nesta sexta-feira (30) a suspensão imediata de todas as importações de carne de frango e demais produtos avícolas provenientes do Brasil, em resposta à confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial localizada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A medida, determinada pela Administração Geral de Alfândegas da China, tem impacto direto sobre o maior exportador mundial de carne de frango e paralisa temporariamente um comércio bilateral que movimentou cerca de US$ 1,5 bilhão apenas em 2024. Além da proibição, o governo chinês informou que todos os resíduos de origem animal e vegetal oriundos do Brasil passarão por rigorosos processos de inspeção e desinfestação.
O Brasil vinha adotando uma estratégia diplomática para evitar esse tipo de bloqueio amplo. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) defendia, junto aos principais parceiros comerciais, a aplicação de embargos regionalizados — ou seja, limitados às áreas diretamente afetadas pelo vírus. A China, no entanto, optou por uma suspensão nacional, elevando a tensão entre exportadores brasileiros e o governo federal.
Desde 2023, o Brasil contabiliza 170 casos de influenza aviária altamente patogênica. Destes, 166 foram registrados em aves silvestres, três em criações domésticas e apenas um caso em granja comercial — justamente o que motivou a decisão chinesa. Atualmente, 13 investigações estão em curso em diferentes estados do país.
O vírus da gripe aviária, do tipo H5N1, é altamente transmissível entre aves e apresenta alto índice de letalidade. Embora o risco de contágio em humanos seja considerado baixo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), existe atenção redobrada com trabalhadores que mantêm contato direto com animais infectados.
Em comunicado oficial, entidades do setor avícola brasileiro destacaram que os produtos continuam seguros para consumo e que os embarques serão redirecionados para mercados que mantêm as portas abertas ao Brasil. Ainda assim, há forte apreensão entre produtores e exportadores, dado o peso da China no comércio externo: em 2024, mais de 10% das exportações brasileiras de carne de frango foram destinadas ao mercado chinês.
O embargo chega em um momento delicado, em que o Brasil tenta consolidar sua posição global como fornecedor confiável de proteína animal. A expectativa é que o governo intensifique negociações para retomar o comércio com a China o quanto antes, buscando preservar a imagem sanitária do país e garantir segurança jurídica aos exportadores.
Fonte: Jovem Pan






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