Governo eleva projeção de déficit primário para 2025: R$ 97 bilhões
- Marcelo Damasceno
- 25 de mai.
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Por Marcelo Damasceno – Petrolina (PE)
O governo federal anunciou, na quinta-feira (22), um aumento expressivo na projeção do déficit primário para o ano de 2025, que agora está estimado em R$ 97 bilhões. A nova previsão está detalhada no relatório bimestral de receitas e despesas divulgado pelo Ministério da Fazenda, e representa um desafio à política de equilíbrio fiscal do governo Lula (PT).
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o aumento do rombo decorre de dois fatores principais: a frustração de receitas, sobretudo pela falta de compensações à desoneração da folha de pagamentos, e o crescimento das despesas obrigatórias, como aposentadorias e benefícios sociais.
Receita em queda e despesas em alta
A previsão atual aponta para uma queda de R$ 41,7 bilhões nas receitas líquidas em relação ao Orçamento aprovado para 2025. Do lado das despesas, a Previdência Social é o principal fator de pressão, com aumento de R$ 16,7 bilhões. Outros acréscimos vêm de créditos extraordinários de R$ 7,2 bilhões para auxílio ao Rio Grande do Sul, e R$ 2,8 bilhões para o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Ainda segundo o relatório, o valor de precatórios a serem pagos no próximo ano soma R$ 97 bilhões, o que agrava a situação fiscal. Se esse montante não fosse considerado, o déficit primário ficaria em R$ 51 bilhões.
Contingenciamento para conter avanço das contas
Para tentar conter o avanço das despesas, o governo anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões, sendo R$ 20 bilhões em contingenciamento e R$ 10,6 bilhões em bloqueios de gastos discricionários.
Apesar do cenário fiscal desafiador, o governo reafirma seu compromisso com a responsabilidade fiscal e a execução do orçamento de 2025. No entanto, o novo relatório evidencia as dificuldades para equilibrar contas públicas diante da pressão por gastos sociais e benefícios setoriais.
Implicações políticas
O aumento do déficit pode provocar reações no Congresso e intensificar o debate sobre ajuste fiscal, cortes de gastos e aumento de arrecadação, especialmente em ano pré-eleitoral. A equipe econômica aposta no cumprimento de metas fiscais como ferramenta para manter a confiança do mercado e a estabilidade macroeconômica.
Fonte: Jovem Pan
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