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Lipedema: causas, sintomas e tratamentos da doença que afeta uma em cada cinco mulheres

  • Foto do escritor: Marcelo Damasceno
    Marcelo Damasceno
  • 24 de fev.
  • 3 min de leitura

Ilustração especial Lipedema em 5 dias — Foto: Arte O GLOBO/Luisa Penna
Ilustração especial Lipedema em 5 dias — Foto: Arte O GLOBO/Luisa Penna


O lipedema é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura subcutânea, principalmente nas pernas, coxas e quadris. Estima-se que atinja até uma em cada cinco mulheres, mas ainda é pouco reconhecida e frequentemente confundida com obesidade ou linfedema.


O que é lipedema?


Embora tenha sido descrito pela primeira vez em 1940 por pesquisadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, o lipedema só foi oficialmente reconhecido como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019. Em 2021, foi incluído na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID), sendo definido como um "inchaço gorduroso" que afeta preferencialmente os membros inferiores e, em alguns casos, a parte superior dos braços.


Segundo o angiologista e cirurgião vascular Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), trata-se de uma doença crônica e progressiva, cujos sintomas incluem dor, sensibilidade e fácil formação de hematomas. Diferente da obesidade comum, a gordura acumulada no lipedema não responde diretamente a dietas e exercícios.


Nos últimos anos, o aumento da conscientização sobre a doença tem sido impulsionado por relatos de figuras públicas que convivem com o problema, como a modelo e ex-BBB Yasmin Brunet e a repórter Juliane Massaoka, da TV Globo.


Quais são os sintomas?


O lipedema é frequentemente identificado pela desproporção entre o tronco e os membros inferiores. Mulheres afetadas podem apresentar grande acúmulo de gordura nas pernas, enquanto mantêm o restante do corpo mais magro.


De acordo com o médico Fábio Kamamoto, diretor do Instituto Lipedema Brasil, além da diferença visual, outros sintomas incluem:

  • Dores e sensação de peso nas pernas;

  • Sensibilidade ao toque;

  • Formação frequente de hematomas;

  • Piora dos sintomas durante mudanças hormonais, como puberdade, gestação e menopausa.


Prevalência no Brasil


Como o lipedema ainda é subdiagnosticado, é difícil determinar sua real prevalência. Entretanto, estudos sugerem que entre 11% e 19% das mulheres sejam afetadas. Um levantamento publicado no Jornal Vascular Brasileiro em 2022 estimou que cerca de 12,3% das brasileiras tenham lipedema, o que representa aproximadamente 12,9 milhões de pessoas.


O que causa o lipedema?


A doença é considerada multifatorial, envolvendo componentes genéticos e hormonais. Relatos sugerem que mulheres com histórico familiar da condição têm maior propensão a desenvolvê-la. Além disso, a ligação do lipedema com períodos de alterações hormonais, como puberdade e menopausa, indica a influência do estrogênio.


Fatores ambientais, como sedentarismo e alimentação inadequada, também podem agravar a progressão da doença.



Foto: Arte O GLOBO/Luisa Penna
Foto: Arte O GLOBO/Luisa Penna

Quais são os tratamentos?


Ainda não existe uma cura definitiva para o lipedema, mas há tratamentos que ajudam a controlar seus sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes.


Os médicos geralmente recomendam:

  • Atividade física de baixo impacto (como hidroginástica, caminhada e pilates) para estimular a circulação;

  • Alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis, para reduzir a inflamação;

  • Uso de meias de compressão para aliviar o inchaço e melhorar a circulação;

  • Drenagem linfática, que auxilia na redução do edema;

  • Controle do estresse por meio de práticas como meditação e yoga.


Nos casos mais graves, pode ser indicada a lipoaspiração especializada para lipedema, que reduz os acúmulos de gordura e alivia os sintomas. No entanto, como a doença é crônica, a gordura pode voltar a se acumular ao longo do tempo.


Estágios do lipedema


A gravidade do lipedema é classificada em quatro estágios:

  • Estágio 1: pele com aspecto normal, mas com nódulos de gordura palpáveis;

  • Estágio 2: pele mais flácida e irregular, com aspecto de celulite;

  • Estágio 3: aumento significativo do volume das pernas, com dobras de pele e dificuldade de locomoção;

  • Estágio 4: comprometimento do sistema linfático, caracterizando o lipo-linfedema.


Diagnóstico


O diagnóstico do lipedema é essencialmente clínico, baseado na análise do histórico da paciente e no exame físico. Exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser utilizados para diferenciar a condição de outras doenças, mas não há um teste laboratorial específico para confirmar o diagnóstico.


Conclusão


O lipedema é uma doença pouco conhecida, mas que afeta milhões de mulheres no Brasil e no mundo. O aumento da conscientização sobre a condição é essencial para que mais pessoas recebam o diagnóstico correto e possam buscar tratamentos eficazes. Se você apresenta sintomas compatíveis com o lipedema, é fundamental procurar um especialista para avaliação e orientação adequadas.




Fonte: Minuto Bahia 24H

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