No nono dia de guerra, Israel anuncia morte de três comandantes iranianos e bombardeio a instalação nuclear
- Marcelo Damasceno
- 21 de jun.
- 3 min de leitura

A guerra entre Israel e Irã chega ao seu nono dia com uma nova escalada. Neste sábado (21 de junho), o governo israelense anunciou que eliminou três importantes comandantes da Guarda Revolucionária do Irã e confirmou ter atacado uma das principais instalações nucleares iranianas, localizada em Isfahan, no centro do país.
O conflito, que já contabiliza mais de 400 mortos e mais de 3 mil feridos no Irã, segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde iraniano, continua provocando temor internacional. Do lado israelense, ataques de retaliação por parte do Irã já deixaram pelo menos 25 mortos, conforme informações do governo.
🔥 Alvo estratégico: instalações nucleares e liderança militar
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), os bombardeios mais recentes atingiram duas unidades de produção de centrífugas nucleares em Isfahan, além de diversas bases militares. Este é o segundo ataque direto à infraestrutura nuclear iraniana desde o início do confronto.
Entre os mortos estão Said Izadi, comandante da Guarda Revolucionária responsável pela articulação com o Hamas, organização que também enfrenta Israel na Faixa de Gaza; Aminpour Joudaki, apontado como líder de operações com drones, responsável por dezenas de ataques contra Israel; e Behnam Shahriyari, comandante de alto escalão da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária.
Além desses, outros quatro militares iranianos foram mortos após bombardeios contra um centro de treinamento militar em Tabriz, no noroeste do país, segundo informou a agência estatal Isna.
⚔️ Cenário de destruição
O clima no Irã é de completo colapso. A imprensa local relata explosões poderosas em várias regiões, especialmente no sudoeste do país e na cidade sagrada de Qom, onde um adolescente morreu após um dos bombardeios.
Moradores de Teerã enfrentaram tráfego intenso pela manhã, enquanto milhares retornavam para a capital temendo novos ataques. Nos hospitais, como o Rasul Akram, vítimas civis relataram momentos de terror. “Houve uma explosão na minha frente, senti o sangue jorrar da minha cabeça. Comecei a gritar desesperado”, contou Shahram, de 33 anos.
Do outro lado, a Guarda Revolucionária do Irã confirmou ter realizado, na madrugada, uma série de “operações combinadas” contra o território israelense, incluindo o lançamento de drones. Um deles atingiu um edifício no Vale de Beit Shean, no norte de Israel, porém, não houve vítimas.
🕊️ Diplomacia em colapso e prazo apertado
A comunidade internacional pede insistentemente um cessar-fogo. No entanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu o discurso e afirmou, na sexta-feira, que o Irã tem “no máximo duas semanas” para evitar um possível ataque americano em apoio a Israel.
A diplomacia segue fragilizada. Durante encontro na Suíça, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, declarou que “não há condições para retomar as negociações nucleares enquanto os bombardeios não cessarem”. Em tom desconfiado, acrescentou que seu país “não tem certeza se pode confiar nos Estados Unidos”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse neste sábado que os países europeus estão “acelerando as negociações para tentar encerrar a guerra”, após telefonar para o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian. No entanto, Trump rebateu dizendo que “a Europa não conseguirá ajudar”.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, também criticou duramente a postura de Israel, afirmando que o país está levando o Oriente Médio a “um desastre total”.
⏳ Guerra sem prazo para terminar
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, reforçou que “a campanha contra o Irã será longa”, e estimou que os ataques já “atrasaram em pelo menos dois a três anos” o desenvolvimento de uma bomba atômica pelo regime iraniano — objetivo que Teerã nega veementemente perseguir.
O conflito, que começou em 13 de junho, já é considerado uma das maiores escaladas militares da história recente entre os dois países e ameaça envolver outras nações em uma guerra regional de proporções imprevisíveis.
Fonte: Itatiaia
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